17 setembro 2010

Desabafo de uma gastona (como minha mãe me chama)

Comecei a escrever esse post porque precisava desabafar. Fiquei na duvida se deveria divulgá-lo, ou qual seria o título, ou se seria particular demais... mas ai eu pensei... esse blog é para mulheres como eu, que gostam das coisas que eu gosto, se interessam pelos mesmos assuntos que eu, e que possivelmente tenham as mesmas nóias, então se eu escrever que estou sentindo falta das minhas roupas, elas vão me entender!
Para quem não sabe, eu acabo de me mudar para Madrid e estou num apê provisório até 2a feira (ufa! essa tortura tem data para acabar). Faz 2 semanas que cheguei aqui e esse já é o segundo apê provisório que ficamos. Enquanto eu estou nessa situação indefinida, resolvi que não vale a pena abrir as malas (10 no total, entre grandes e pequenas, + 1 caixa) para tirar as roupas do lugar, porque elas foram milimetricamente encaixadas de forma que coubesse tudo sem excesso. É claro que eu tive que sentar, sapatear e pular em cima das malas para elas fecharem, mas quem nunca passou por isso? O problema é que isso está me deixando de mau humor e um princípio de depressão (que exagero!!!), ainda mais num momento TPM. Quero vestir minhas roupas, mas não sei onde estão. Quando ameaço pegar um lencinho no fundo da mala, sai tudo do lugar e eu não consigo colocar de volta. Temos um jantar e eu não faço idéia de onde estã meus vestidos. Que saudade dos meus sapatos! Das minhas bolsas!!! Quero tudo organizadinho por cores no armário e poder me divertir todas as manhãs tentando combinações diferentes! Vocês me entendem??? Flá, vc com certeza me entende!
Fora que além do objetivo final que é fazer o MBA, no lado pessoal estou desenvolvendo a "arte de passar vontade". O que isso quer dizer? Vocês fazem idéia o que é ficar 2 semanas morando numa rua onde tem absolutamente todas as lojas legais (Corte Inglés, H&M, Zara, Uterque, Pull and Bear, Massimo Dutti, Aldo, Blanco, e por ai vai...), olhando para você, te convidando a entrar, com aquelas roupinhas e acessórios irresistíveis na porta? Toda vez, absolutamente toda vez que passo em frente a essas lojas vem aquela fumacinha (igual de desenho animado, eu juro que ela aparece para mim) que me envolve e me leva até a entrada, aí eu subo o degrau como quem não quer nada, "só para ver o que está na moda", não resisto e vou direto para aquela saia florida linda que todas as espanholas estão usando, olho o preço, são míseros 29 euros, penso que é a melhor barganha que eu já vi, é uma oportunidade tão boa que eu não posso perder, até que...  eu me lembro que agora sou uma estudante e o $$ não me pertencem mais visto que não tenho mais salário.... e não me sinto nada bem só de pensar em usar o dinheirinho suado do meu maridinho trabalhador para satisfazer minhas loucuras e desejos de estar na moda. Oh céus, Oh vida.. Como diz minha amiga Dani, "Tá pensando que a vida é um bolinho?"
Mas quando o meu lado maduro sobrepõe o meu lado fútil (acabei de apresentá-los a vocês, muito prazer), eu penso que essa é uma ótima oportunidade para eu aprender a ser uma pessoa mais controlada e menos compulsiva e gastona! Sempre ouvi dizer que as pessoas aprendem mais na dor que no amor (nossa, que drama, eu sei!), então a meta já está estabelecida e agora eu vou lá embaixo dar uma volta e provar que eu estou mudando! Que está tudo sobre controle e eu vou resistir até o fim! Além do que, me restam apenas 3 dias para o ilustre momento de desfazer as malas, e poder ter acesso ao meu adorável patrimonio! 


Livia Fukuda